quinta-feira, 17 de julho de 2014

Private 3

Sinto uma dor permanente, cravada na carne, queimando-me a pele, rasgando-me o tecido.Desfazendo-me até a alma.
Não sei de onde vem, por que vem ou quando cessará.
Sei apenas que parece estar prestes a engolir-me e me causa uma dormência sufocante e bizarra em que já não sei se a sinto ou se ela passou a fazer parte de mim de tal forma que já me encontro desprovida da capacidade de sentir algo para além dela.
Sim, dói e a dor é insuportável.
Obrigada, depois disto não haverá decerto nada a que eu não sobreviva na vida.

Walk


      So help me God. S

domingo, 13 de julho de 2014

Truth

Love should be just like a butterfly. "Wildflowers".

Flor

Quero um lugar chamado agora
Onde possa libertar todo o sentimento
Que no peito sufoquei.
Quero um lugar chamado agora,
Onde o sonho seja meu.
Quero um lugar,
Ao teu lado plantado,
No teu coração desenhado
Onde eu possa morar.
Quero um lugar sem medos,
De doçura temperada.
Quero largar o amor ao vento
E esperar 

sábado, 12 de julho de 2014

Do nada

Procuro
Genuinidade
Em algo mais que a brisa
E o calor do sol,
E o andar descalça,
Com os pés queimando de prazer.
Procuro.

Quem me dera ser brisa,
Quem me dera não o ser.
Hoje quero apenas não pensar,
Não quero saber.
Não quero sentir.
Mais.
Apenas sensações,
Me poderão satisfazer.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Private 2


Não sei qual é o nome que lhe dão. Não é o nome que importa. Existe algo de intrinsecamente belo em permanecer fiel àquilo que, em nós, reconhecemos como essencial. E, se por vezes nos parece que temos tão pouco, ao encarar as coisas desta nova perspectiva, chegamos à certeza de que, o que nós temos, já é tanto.
Talvez a aceitação seja isso.
Talvez não.
Quero esquecer o passado que me conduziu a esta conclusão... Quero, mesmo, preciso.
Até lá nenhum sabor será o mesmo.

#Please erase my mind

terça-feira, 8 de julho de 2014

Eat, write, love

Um dia o mundo será nosso. 

Private

É com o gosto doce da leveza que parto, de coração cheio, rumo ao mar de possibilidades com que sempre sonhei. Não sei o que a vida me reserva daqui em diante. Nem preciso saber.
Foi isso que aprendi. Isso e a não contar com as reservas da vida. Muito menos deixar que me transformem numa.
Aprendi a não criar expectativas ou ideologias. A exigir aquilo a que tenho direito. Porque eu sei que o tenho.
Hoje... hoje posso sentir o gosto do dever cumprido. Não vou dizer que foi fácil ou que tomei sempre as decisões mais acertadas. Não foi. E não... eu não as tomei.
Ainda assim, ou exactamente por ter sido assim, hoje sei o que quero: o que eu quero. Sei que há muita coisa que eu não consigo mudar. Nem conseguirei. Daí que abrace agora a máxima de Reinhold Niebuhr:
"God grant me the serenity to accept the things I cannot change, the courage to change the things I can, and the wisdom to know the difference.". 
E mesmo assim aceitar é tão tão difícil. Mas a Paz que advém da aceitação não.
E eu aceitei. Não sou mais a mesma pessoa. E não creio que isso seja uma coisa assim tão má.
Procuro agora o equilíbrio imperfeito entre determinação e "deixar a vida rolar".
Até lá, são só palavras.






domingo, 6 de julho de 2014

Beijos

Escrevi "amo-te" nos muros,
Nas pedras que fui encontrando pelo caminho,
Repousando sós,
Guardando segredos inimagináveis
E lendas improváveis.
Não lhes disse o teu nome.
Nem às ruas.
Nem aos salgueiros semi-nus,
Muito menos às fontes que brotavam água cristalina 
Como se de puras lágrimas se tratassem.
Não chorei. 
(Que digo?).
Já não sinto
O aroma das flores,
A idade das ruas,
A nudez dos caminhos.
Agora é só o cair da noite,
Sem estrelas.
Com sorrisos.

sábado, 5 de julho de 2014

Pele

Não sei se o ar é menos denso lá, onde renasci.
Se as ruas, por serem mais apertadas,
Me trazem um conforto que não consegui encontrar em mais nenhum lugar.
Não sei se é das fachadas, que por serem velhas,
Têm tanto para me contar.
Ou então se será dos jardins
Que são mais densos, mais verdes, mais frescos.
Decerto será por causa dos segredos que neles encerram, 
Esses belos jardins.
Pelos Pedros e Inêses que lá se perderam.
Bem sei que não é local para lágrimas.
Não será do cheiro a maresia, por certo,
Nem da agitação citadina.
Meu lar,
Minha casa,
Meu coração.
Meu chão,
Meu céu.
Meu refúgio.
A ti voltarei,
Quando a vida assim o entender.
E, até lá,
Em todos os dias da minha existência.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Free


                                                                              *

Rollercoaster

Mas isso é passado.
Muita cafeína me correu nas veias desde então.
Muitas noites foram mais quentes do que a história conta.
"O que não mata cura".
Noites...

Café

Não sei o que se passa.
Talvez tenha apenas saudade do cheiro a alperce na pele.
Sempre gostei do rebentar das ondas
E a vida sem o som das ondas,
Sacudindo-me o corpo todo,
Levando para bem longe a tristeza
E o vício
E a espera,
Não é de todo a mesma coisa.
Se calhar é só saudade das ondas.
Das ondas do teu cabelo,
Da curvatura do teu peito definido.
Um êxtase de perfeição
Semi-divina,
Semi pecaminosa.
Todos somos semi-deuses,
E semi-pecadores.
Nunca foi desejo o que senti.
Já o disse e repito:
Foi mais uma curiosidade felina
Uma atracção incontrolável.
O problema...
O problema foram sempre
As doses infinitas de carinho que lhe andavam associadas.
E o carinho,
Se  não esmorecia o desejo,
Sobrepunha-se a ele, sufocando-o,
E deixando-me com o sentimento amargo
De dever cuidar ao invés de querer.
Nunca quis que assim fosse.
Isto só prova que as coisas são como são
Por si mesmas
Sem que tenhamos qualquer poder sobre elas.
Não se trata de determinismo,
Preciosismo
Ou tentação.
Ilusão.

Smile :)


"Sorria sempre. Sorria triste. Sorria contente. Só não ria se tiver alface no dente."

High

A vodka sabe melhor quando se está apaixonado. Pensando bem, não é só a vodka. É a vida toda.

Ars est celare artem

As ondas rebentavam com uma esperança renovada.
Era hora.
Era tempo.
Tempo sem ter tempo dentro.
Quando se ama essa treta do tempo
Fica sempre para depois.
Depois do presente vivido
Depois presente amado,
Do agora
Agora que é hora.
E tudo passou efectivamente a ser poesia.
E poesia, Amor, não se conta,
Vive-se...


Temperamentos

Em não acredito em coisas amenas.
Sou fã incauta do caos.
Gosto do desafio,
Da luta.
Das unhas na carne,
Dos beijos convictos,
Dos abraços firmes.
Gosto das discussões acesas,
Sem lágrimas,
E com muito Amor
Mal se declaram as tréguas.
Gosto de utopias,
Quanto mais imperfeitas melhor.
Mas, acima de tudo,
Gosto da sinceridade de tudo quanto ganha vida por si,
Quase sem querer,
Não querendo nós outra coisa.
Gosto da dificuldade espontânea das palavras.
E de como o corpo pede,
A alma vacila,
E a verdade fica despida à nossa frente...



Pegadas

Os beijos eram doces, ternos, molhados.
(Não, mais clichés não.
Deixem-se os beijos para depois).
O abraço era quente.
Que digo?
O abraço dele era o Mundo.
O Mundo inteiro num só abraço.
Sentia a forma ritmada como o coração dele acelerava,
O sorriso que escapava sem que ele o quisesse,
O brilho no olhar que exclamava "eu amo-te, tanto!"
Com uma convicção e uma vontade 
Que me surpreendiam a cada segundo.
Eu não sei.
Eu não sei nada da vida,
Nem do Amor.
Não sei se era pra ser assim.
Mas foi.
Hoje sei que o não teria sonhado doutra forma.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Marés

Um dia apaixonar-me-ei por outro sorriso.
O sorriso virá da alma,
Escorrerá pelos olhos 
E virá direito ao meu coração.
Um dia,
Todas as praias serão minhas (nossas)
E os areais serão cenário de paixão.
Não,
Paixão não.
Os areais serão amor, Amor.
E, as ondas...
As ondas serão eterna melodia
Ecoando pelo Mundo fora
Só para mostrar a toda a gente
Que quando é certo, é certo
E "até os ventos sopram a favor".
Um dia serei canção,
Seremos prosa
E versos
E melodia, os dois...
Um dia, também teremos uma estrela
Ou duas, 
Ou três.
E dois filhotes (quem sabe mais)
E um cachorro
E dois gatos...
Um dia,
Um dia nós seremos a poesia,
Os livros,
As cores.
Um dia...
Também se vive de amor, Amor.




Pensamento das quase-sete

Os meus sabores favoritos já me não satisfazem.
Necessito de novas ruas,
Novos rostos,
Novas gentes.
Necessito de gente
Que me recorde
Que é bom estar só comigo,
Quando o coração está quente
E a saudade aperta
E o afecto flui por entre os lábios.
Preciso de gente.
Preciso de mim.



Cortinas

Odeio a forma como me fazias sentir frágil,
Mas fria.
Ingénua,
Mas pecadora.
Odeio. Odeio a sensação ridícula de nunca ter sido suficiente,
De nunca me ter dado o suficiente,
De nunca ser boa o suficiente.
Sim, boa.
Sempre me fizeste sentir a pessoa mais preconceituosa à face da Terra.
E eu bem sei que o não sou.
Frieza, indiferença e impotência
Nunca foram o meu mote.
E eu não tenho de o provar a ninguém.
Porque quem ama percebe,
Espera
E compreende. 
E tu nem tentaste compreender.
Não fazes ideia de quem sou,
Do que sou,
Do potencial que encerro,
Do que já vivi
Vivo
Ou prentendo viver.
Não fazes ideia. Não possuis qualquer crença
Só uma curiosidade infantil.
E quem acabou sem crenças fui eu.
O que não sabes
É que eu não preciso delas.
Fui ser feliz.
E não volto.



Vagabundagem

Cansei de utopia,
De Metafísica
E de ternura.
Bem como de miminhos
E promessas
E flores
E bombons,
E do cliché que tudo isso constitui.
Cansei do felizes para sempre
Cansei até do para sempre
Cansei do sempre igual,
Do sempre perfeito,
Do sempre "como deve ser".
Cansei.
A perfeição não carece de frescuras.
Basta-se com aquilo que é,
(Sem) ser
Sentida.

Decisões

São as palavras rasgadas
Voltadas ao vento
E as mil conotações com que as visto.
São as ruas sem o teu nome
O Universo sem o teu cheiro
Uma vida inteira sem a tua voz.
São dias, horas, meses, anos
São e não são,
Passam por mim a correr
Com uma rapidez dormente
De alguém que se não vai perder, 
Não desta vez.
Porque o caminho se abre à minha frente
E eu sigo
Sigo sem medo,
Sigo sem fantasmas,
Sem bagagens
Sem "ses" e sem "mas",
Sigo apenas eu
De alma em punho
Mas de armadura no coração.
O Amor dói,
Já devias saber.
O Amor dói,
Mas passa,
A dor não.

quarta-feira, 2 de julho de 2014


Caminho

Quero ser o vento que me afaga a face,
O sol que me doira a pele,
A chuva de Verão que aconchega o meu peito.
Quero ser a utopia que ninguém nunca imaginou
O veneno que ninguém provou
E a vertigem que ninguém nunca sentiu.

Quero ser das músicas o tom
A melodia
E as letras.
Quero ser voz. E  silêncio também.
Mas,
Acima de tudo,
O que eu quero ser é Paz.
Verdadeira Paz.
Porque é na Paz que encontro o cheiro das flores,
O cortar do vento,
O doirar do Sol
E o aconchegar da chuva.

O tempo não passa.
Imploro-lhe que voe.
Grito-lhe que cavalgue pelos dias 
E me traga o pôr do Sol
E o calor que promete e não chega.
Enquanto isso,
Travo as batalhas que são minhas,
Os dilemas que me correm nas veias
E as dúvidas ...

Mas na Paz não se cria,
Não se vive,
Somente se sente
E só Deus sabe,
Só Ele imagina,
O quanto eu quero
Sentir somente.
Sentir.
Sentir.
Sentir. E só.

Espiral

Adoro contrastes. 
Sou uma eterna apaixonada por tudo quanto é complicado,
Frágil,
Apenas teoricamente forte
Ou metamorfosicamente fantástico.
É isso.
A perfeição não existe.
O fantástico é mito.
E quando tudo quanto quis foi ser perfeita.
Acabei por ser nada
Por perder tudo
E ficar cheia de um vazio que já deu provas
De me que querer engolir.
Quero corrigir tudo
Emendar tudo
Colorir tudo.
Quero
Pintar castelos na areia
Telas com bem mais cores do que o preto e o branco.
Quero...
Quero...
Mas não o faço.
O que me escapou,
Nas entrelinhas da vida,
Foi o facto de tudo isto ser uma enorme mentira.
Toda a gente sabe
Que castelos na areia não existem de verdade,
Nem a vida é uma tela repleta de cores vívidas,
Nem a perfeição poderá alguma vez ser alcançada.
Não.
O que não sabem é que...
Na minha vida sim.
Porque a vida é...
Se permitirmos que o seja.
Parte de nós, não dela.

Primaveras

Fascina-me o teu corpo maravilhosamente esculpido,
A forma violentamente delicada como despes a alma
Entregando-a ao mundo.
Fascina-me ainda mais acreditar que há em ti muito mais
E muito menos
Do que aquilo que lês,
Do que aquilo que escreves,
Do que aquilo que mostras sem mostrar.
Levantas a ponta do véu de uma forma sublime,
Espicaçando a curiosidade.
Acordando o desejo,
Provocando a paixão.
E depois partes
Deixando a alma a gritar por mais,
Com uma sede insaciável de ti
E um desejo envolto em ternura de te encontrar
E te descobrir
Em tudo aquilo que não és
E mais ainda no que és
Sem que eu o saiba
Sem que tu saibas
Ainda que sempre o tenhamos sabido os dois.



terça-feira, 1 de julho de 2014

Nuvem

De todas as palavras que escrevi,
Tenho eternizadas na pele todas as letras,
Todos os suspiros,
Todas as lágrimas,
Todos os arrependimentos,
E as desculpas que eu não pedi.
Tenho tatuadas no coração todas as ilusões
E o gosto amargo de sentir-me elevar bem alto no céu
Para depois me estatelar com uma brusquidão insuportável.
Insuportável.
Insuportável.
Solidão. Ilusão. Sonho.
Insuportável.
E só por ser insuportável, já passou.
Passou.
Mas ficou.